A Medicina Veterinária no Paraná está passando por uma transformação importante, impulsionada pelo crescimento da participação feminina na profissão. Atualmente, das 18.407 pessoas registradas no estado, 55,72% são mulheres, refletindo um cenário de crescente protagonismo feminino.
Entre 2022 e 2024, o número de médicas-veterinárias no Paraná aumentou expressivamente. Em 2022, eram 7.829 profissionais; em 2023, esse número subiu para 8.741, e em 2024, chegou a 9.735. Essas mulheres estão conquistando espaços de liderança em diversas áreas, desde a clínica e a pesquisa até a gestão pública, desempenhando papéis fundamentais na formulação de políticas e na inovação do setor.
A presença feminina em cargos de liderança é essencial para transformar a forma de fazer política e reduzir desigualdades. A atuação das mulheres nesses espaços impulsiona mudanças estruturais, trazendo novas perspectivas para a gestão pública e a prestação de serviços profissionais.
Mulheres na Defesa da Profissão
As médicas-veterinárias têm alcançado posições de destaque em diversas frentes da profissão. Um exemplo disso, é Juliana Azevedo Castro Bianchini, que se tornou a primeira mulher a assumir a Superintendência de Agricultura e Pecuária no Paraná (SFA).
Sua trajetória na gestão pública começou em 1998, no Departamento de Fiscalização da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). Em 2003, ingressou no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), onde ocupou vários cargos de liderança, até em 2024, ser nomeada para a Superintendência da SFA.
“A mulher sempre esteve presente no campo, e é justo que continue ganhando espaço no setor agropecuário, com protagonismo, liderança e competência. A dedicação, o compromisso, o trabalho em equipe e a disposição para assumir responsabilidades administrativas, além dos conhecimentos técnicos, naturalmente me levaram a esse posicionamento”, destaca Juliana Bianchini.

Ela também enfatiza a necessidade de fortalecer a categoria: “É essencial trabalhar para ampliar o número de vagas e recompor o quadro de auditores fiscais federais agropecuários com formação em Medicina Veterinária e na Zootecnia na SFA.”
Gestão Pública e Desenvolvimento Regional
A médica-veterinária Denise Chiapetti Adamchuk, soma 30 anos de experiência e atualmente atua na Secretaria de Agricultura de Francisco Beltrão. Ao longo de sua trajetória, encontrou na gestão pública uma vocação para conectar pesquisa, produtores e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional.
“A liderança se conquista com atitudes e ações, inspirando e motivando a equipe. Em cada setor por onde passei, aprendi a respeitar diferentes perspectivas e contribuir para o crescimento profissional e pessoal das pessoas ao meu redor. Mostrar a importância de cada um no processo de desenvolvimento das políticas públicas é essencial para que essas ações cheguem ao produtor rural”, ressalta.
Capacitar produtores e transformar vidas é o que a impulsiona a continuar inovando no setor agropecuário, sempre focada em construir um futuro mais eficiente e inclusivo.

Fiscalização Ambiental e Proteção Animal
Com vasta experiência em bem-estar animal e cursando Perícia Criminal Animal, a médica-veterinária Ana Maria Formighieri Lima atua na Divisão de Vida Silvestre e bem-estar da Prefeitura de Cascavel. Seu trabalho inclui fiscalização de irregularidades ambientais e garantia do cumprimento das leis de proteção animal.
“Essa experiência me mostrou que a Medicina Veterinária vai muito além da clínica e reforçou meu desejo de continuar aprendendo. O aprendizado nunca deve parar. Nossa atuação transforma a Medicina Veterinária em uma área mais justa e equilibrada”, afirma.

A Força da Representatividade Feminina
As trajetórias de Juliana, Denise e Ana são exemplos inspiradores do avanço das mulheres na Medicina Veterinária do Paraná. Seus protagonismos não apenas fortalece a profissão, mas também contribui para um setor mais diverso, inovador e equitativo.
O crescimento da presença feminina na Medicina Veterinária é um reflexo de seu comprometimento e competência. A conquista de espaços de liderança e decisão reafirma a importância da diversidade para o progresso do setor, garantindo uma abordagem mais inclusiva e eficiente para os desafios da profissão.