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‘Cientistas de dados’: tecnologia transforma Medicina Veterinária e Zootecnia

Inovações tecnológicas ajudam na análise de informações e contribuem para o desenvolvimento do setor de produção animal
Lush green farmland being surveyed by a drone for precision agriculture.

O drone sobrevoa a fazenda para monitorar a localização dos animais. Os dados são enviados para um software que analisa as informações com agilidade e precisão. A realidade pode parecer distante para a maioria, mas inovações tecnológicas do tipo têm ganhado espaço país afora. As ferramentas levam à melhoria de produtividade do setor de produção animal. O foco é aumentar a produção e reduzir impactos ambientais.

As inovações são importantes para promover melhorias nos processos, possibilitando uma produção mais eficiente e sustentável. De acordo com o zootecnista e pós-doutor em Fisiologia do Crescimento Animal e Qualidade de Carne, Pedro Veiga, que atua na área de bovino de corte, o avanço tecnológico se divide em etapas.

“Muitas fazendas ainda estão na pecuária 1.0, caracterizada por práticas extrativistas e falta de manejo adequado. A transição para a pecuária 5.0, que traz tecnologias avançadas como drones e análise de dados, ainda é uma realidade distante para a maioria”, explica o profissional. Veiga destaca que atualmente muitas propriedades atuam em nível 4.0 com a aplicação de métodos de gestão e controle.

O zootecnista também enfatiza a importância do monitoramento na produção animal, afirmando que a coleta de dados é essencial para a tomada de decisões. “Sistemas de gestão, como softwares que controlam a movimentação e alimentação dos animais, são fundamentais para eliminar o empirismo e o achismo”, comenta. Embora tecnologias como inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT) estejam sendo implementadas, a realidade é que muitos produtores ainda necessitam de inovações mais simples, especialmente no manejo de pastagens.

“O manejo adequado das pastagens é um dos maiores gargalos e oportunidades da pecuária brasileira. Corrigir a fertilidade do solo e equilibrar a oferta de forragem são passos importantes para melhorar a produtividade”, ressalta. O zootecnista também explica que, “apesar das tecnologias avançadas, muitas inovações que funcionam efetivamente, são aquelas já conhecidas, que precisam ser aplicadas de forma consistente nas propriedades”.

Na aplicação das tecnologias, Veiga avalia que alguns pecuaristas utilizam drones para monitorar a saúde e a localização dos animais, bem como para estimar a quantidade de alimento disponível. “Essas ferramentas têm ajudado a gerenciar a dieta dos animais e otimizar a produção. Drones são capazes de realizar diversas tarefas, desde o monitoramento da condição dos pastos até a identificação de áreas que necessitam de cuidados especiais, como irrigação ou fertilização. Essa abordagem permite um gerenciamento mais eficaz, contribuindo para a sustentabilidade da produção”, afirma.

Além disso, o uso de sensores e sistemas de monitoramento remoto buscam a eficiência produtiva e o bem-estar dos animais. Os índices de bem-estar, detectam se os animais estão sendo bem alimentados e se estão confortáveis em seu ambiente. O monitoramento contínuo da saúde dos animais também auxilia a identificar rapidamente os problemas, evitando perdas na produção e garantindo que eles sejam tratados de maneira adequada.

A formação de profissionais na área também passa por mudanças. Os médicos-veterinários e os zootecnistas que atuam na produção pecuária devem ser profissionais que têm uma boa carga técnica de conhecimento teórico e que saibam aplicar isso na prática, utilizando conhecimentos principalmente em análise de dados.

“Médicos-veterinários e zootecnistas precisam se tornar ‘cientistas de dados’, capazes de coletar, analisar e interpretar informações para fundamentar suas decisões. A capacidade de liderar e trabalhar em equipe, aliada ao conhecimento teórico e prático, é essencial para enfrentar os desafios da produção animal. A educação dos novos profissionais deve incluir uma forte ênfase em habilidades analíticas, gestão de dados e adaptação às novas tecnologias, preparando-os para um mercado que está em constante evolução”, explica Veiga.

A busca por inovações contínuas e a adaptação às novas tecnologias são, portanto, caminhos para garantir a sustentabilidade e a eficiência no setor de produção animal. Além disso, é essencial que os profissionais envolvidos e os produtores estejam abertos a novas ideias e dispostos a implantar soluções inovadoras.

À medida em que a demanda por produtos de origem animal continua a crescer, a integração de tecnologias e práticas sustentáveis serão fundamentais para atender às expectativas dos consumidores e preservar os recursos naturais para as futuras gerações.

A tendência do futuro é a de gerir pessoas, praticar liderança, analisar e interpretar dados, trabalhar em equipe, ter um conhecimento teórico sólido e saber aplicá-los na prática. A resolução de problemas, a gestão, o conhecimento e a formação de equipe, são fatores fundamentais para o sucesso no mercado trabalho.

Com informações de Pedro Veiga – CRMV-GO 0572/Z | Zootecnista. 

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