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Ana Elisa Almeida

Primeira mulher a presidir o Conselho Federal de Medicina Veterinária discute o futuro da profissão

A gestão do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), liderada pela presidente Ana Elisa Almeida, completa nove meses. Ao longo deste período, diversas ações têm sido colocadas em prática, tanto internamente quanto externamente, com o objetivo de valorizar médicos-veterinários e zootecnistas, além de contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Em entrevista à Revista CFMV, Ana Elisa Almeida destaca avanços e desafios, ressalta a força e o protagonismo das profissões e reforça o compromisso com a transparência.

“Não existem mais barreiras.
Nós, mulheres, chegamos para ficar”

Dra-Ana

Presidente, após nove meses à frente do CFMV, quais são as principais realizações que a senhora destacaria até aqui? 

Ana Elisa Almeida – O Brasil conta com mais de 200 mil médicos-veterinários atuantes, dos quais 58% são mulheres e 42% são homens. Temos, ainda, 11 mil zootecnistas. Esses profissionais desempenham um papel essencial, considerando a enorme população animal do país e são essenciais para a saúde animal, a produção sustentável, a proteção da vida selvagem e a saúde pública. Diante deste cenário, esses nove meses têm sido de muito trabalho e articulação institucional. Conseguimos avançar em vários aspectos, como o fortalecimento das relações com órgãos do agronegócio, com o Congresso Nacional e com ministérios importantes para a Medicina Veterinária e a Zootecnia. Conseguimos, por exemplo, garantir a inclusão de médicos-veterinários e zootecnistas em processos seletivos do Ministério da Pesca e Aquicultura, além de ações em prol da educação e fiscalização profissional. 

Quais os maiores desafios que a gestão enfrentou até o momento? 

Ana Elisa Almeida – Os desafios têm sido muitos. Tivemos que otimizar processos internos, atualizar normativas e estreitar a comunicação com os profissionais e a sociedade. Nossa maior meta é garantir a valorização dos médicos-veterinários e zootecnistas, fortalecendo o papel do CFMV como entidade reguladora que assegura a excelência no exercício profissional. 

A senhora sempre fala em “gestão participativa”. Como essa abordagem tem impactado a condução do CFMV? 

Ana Elisa Almeida – A gestão participativa tem sido fundamental para o sucesso das nossas ações. Envolvemos os colaboradores do CFMV e os Conselhos Regionais, ouvindo suas expertises e promovendo uma atuação integrada. Essa convergência de visões permite uma atuação mais eficaz em defesa dos profissionais e da sociedade. 

Um termo que tem ganhado destaque em sua gestão é “protagonismo”. Como o CFMV tem se posicionado como protagonista nas questões da Medicina Veterinária e da Zootecnia? 

Ana Elisa Almeida – O protagonismo começa internamente, com o desenvolvimento humano e a capacitação dos nossos colaboradores. Ao fortalecermos as equipes e criarmos um ambiente de trabalho motivador, conseguimos alcançar resultados expressivos, tanto na valorização dos profissionais quanto no reconhecimento do papel do CFMV em pautas relevantes para a sociedade.

 A educação é uma das prioridades dessa gestão. Como o CFMV tem atuado para assegurar a qualidade do ensino na Medicina Veterinária e na Zootecnia? 

Ana Elisa Almeida – A educação é uma preocupação constante. Estamos em contato direto com o Ministério da Educação e com o Inep para assegurar que os cursos de graduação estejam de acordo com os padrões exigidos pelo mercado de trabalho. Também estamos atentos à questão dos cursos de ensino a distância. Inclusive, o MEC suspendeu a criação de novos cursos nessa modalidade até março de 2025. A decisão do ministério vem na esteira de uma série de pedidos e encontros propostos pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) com argumentos para que a Medicina Veterinária ficasse de fora do rol de cursos de graduação que poderiam ser ministrados à distância.

Foto: Ricardo Ribeiro
Foto: Ricardo Ribeiro


Quais ações o CFMV tem realizado para fortalecer a participação de médicos-veterinários e zootecnistas no mercado de trabalho? 

Ana Elisa Almeida – Temos buscado consolidar o espaço dos profissionais no mercado por meio de articulações com o governo e a iniciativa privada. Recentemente, fizemos ajustes em editais e participamos de discussões para garantir que o papel dos médicos-veterinários e zootecnistas seja devidamente reconhecido em áreas estratégicas, como o Ministério da Agricultura. 

No campo político, como o CFMV tem se articulado para o avanço de projetos de lei que interessam aos profissionais? 

Ana Elisa Almeida – Estamos constantemente em diálogo com o Congresso Nacional. Já mapeamos mais de 600 projetos de lei relevantes para a categoria e temos trabalhado para garantir que esses temas avancem. Tivemos reuniões produtivas com deputados e senadores, onde discutimos a importância de regulamentações e políticas que beneficiem a atuação dos nossos profissionais.

 “Não se pode imaginar uma saúde humana sem a saúde animal e a saúde ambiental”

A senhora tem uma história forte de atuação com os Conselhos Regionais. Qual é a sua visão para o futuro dessa relação entre o CFMV e os CRMVs? 

Ana Elisa Almeida – A integração entre o CFMV e os Conselhos Regionais é essencial para o sucesso do nosso sistema. Acredito que, juntos, conseguiremos fortalecer ainda mais as profissões e, por consequência, contribuir para a qualidade dos serviços prestados à sociedade. O resultado desta integração vem sendo observado desde a criação do Projeto Integrar, que reúne as diretorias dos Regionais, em Brasília, para uma imersão na condução de processos que buscam aprimorar o funcionamento do Sistema CFMV/CRMVs. Uma de nossas conquistas mais recentes – e que demonstram a união do Sistema – foi a aprovação da marca única. Agora, temos uma só identidade de Norte a Sul do país.

O CFMV tem se destacado pela transparência. Quais são os próximos passos para manter essa transparência e o diálogo aberto com a sociedade? 

Ana Elisa Almeida – Transparência é um dos nossos pilares. Prova disso, é que o CFMV ganhou, em agosto, o Prêmio Nacional de Boas Práticas dos Conselhos Profissionais. É um reconhecimento importantíssimo que ratifica o bom desenvolvimento do nosso trabalho e não deixa dúvida alguma sobre a condução de nossas ações. Seguimos trabalhando para manter todas as informações acessíveis no Portal da Transparência e no Diário Oficial da União. Além disso, estamos sempre abertos ao diálogo com os profissionais e a sociedade por meio de canais como a Ouvidoria.
 

“É um reconhecimento importantíssimo que ratifica o bom desenvolvimento do nosso trabalho e não deixa dúvida alguma sobre a condução de nossas ações.”

 Por fim, presidente, o que esperar dos próximos meses de gestão? 

Ana Elisa Almeida – Esperamos continuar trabalhando com a mesma dedicação e compromisso. Temos ainda muitos projetos em andamento, especialmente nas áreas de fiscalização, educação e valorização profissional. O foco continuará sendo o de promover um CFMV forte, eficiente e transparente, em benefício da sociedade, dos profissionais e do meio ambiente.

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